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  • Foto do escritorGiselly Vitória

PAGÃN: OS DESAFIOS DA CENA EM ALAGOAS

"O problema é que as pessoas não conhecem as bandas da cena nordestina, e muitas vezes, até nós do Nordeste não as conhecemos", Any Deyse (Vocalista)


Banda Pagãn. Integrantes: Luan Marcel (bateria), Adolfo Silva (guitarra e vocais), Any Deyse (Vocal), Dinho Montenegro (guitarra solo) e Tulase Carnaúba (baixo)

No último dia (15), Conversamos com Any Deyse, Vocalista da Pagãn, para assim, conhecermos um pouco mais sobre a banda e seus futuros projetos. Estiveram em pauta a escolha do nome da banda, as dificuldades de persistir na cena mesmo morando no Nordeste, a falta de investimento e divulgações de produtores, o apoio mútuo entre bandas e como os festivais online estão oferecendo a visibilidade que tanto almejaram.


Formada em 2018, a banda alagoana de Heavy Metal, Pagãn, surgiu através de interesses em comum entre amigos. Com influências de Mastordon, Ghost e Halestorm, o grupo vem ganhado visibilidade pelo país através de participações de festivais online, e irá estrear o novo single no primeiro dia da terceira edição do Caio Fest, que acontecerá durante dois finais de semana de março.


O grupo é composto por Any Deyse (Vocal), Adolfo Silva (Guitarra/Vocal), Dinho Montenegro (Guitarra), Luan Melo (Bateria) e Tularse Carnaúba (Baixo).


A seguir, confira o nosso bate-papo:


ROCK EM SÍNTESE - Qual foi o critério de escolha que vocês optaram para o nome da banda?

ANY DEYSE - O processo de decidir nome para a banda é complicado, mas a gente pensou em um nome que fosse fácil, forte, que representasse o que a gente explora nas letras e a diversidade de cada um da banda... E aí surgiu a Pagãn. O nome também está referente a questões sociais, filosóficas... Enfim, tudo o que é controverso.

ROCK EM SÍNTESE - Quais os desafios que vocês enfrentam na cena em Alagoas?


ANY DEYSE - São vários desafios que a gente enfrenta na cena alagoana. Vou pontuar alguns. O primeiro seria encontrar músicos que estão na mesma vibe que a gente, que curtam o mesmo som, que queiram fazer projetos autorais, porque nossa cena autoral é pequena, porém, forte. O segundo desafio que encontramos por aqui são os apoios das casas de shows, locais grandes com uma estrutura bacana... Conseguimos fazer shows aqui, mas é muito “do it yourself”, aquele "faça você mesmo". As bandas se juntam, temos o apoio de uma figura aqui do estado (Lobão), ele apoia as bandas, mas no geral, falta apoio para o Metal aqui. As bandas acabam se ajudando por falta de patrocínio. E por último, apesar das bandas se apoiarem, é uma parcela das bandas que se apoiam dentro do autoral.


ROCK EM SÍNTESE - Além da falta de investimento de produtores na cena, vocês acham que existe um certo preconceito com a cena, principalmente no Nordeste?

ANY DEYSE - Eu super concordo, e vemos isso principalmente quando temos que divulgar nosso trabalho para outros estados. Precisamos trabalhar três vezes mais com divulgação para conseguir a visibilidade que bandas que são do sul, tem com maior facilidade. Então existe sim, esse preconceito com a cena do Nordeste. Temos que provar o nosso valor triplicado, porque as pessoas não olham com bons olhos a cena no Nordeste, olham com desdém. São poucos os produtores que investem no Metal aqui no estado. E enquanto banda nordestina, eu acredito que é super importante a gente conhecer as bandas do nordeste para fazer um fortalecimento.


ROCK EM SÍNTESE - Ano passado vocês lançaram dois singles, o que podemos esperar de novidades para esse ano?

ANY DEYSE - Estamos entrando em estúdio por esses dias para gravar mais duas músicas, e até março estaremos concluindo o nosso EP, com o lançamento de mais duas músicas. Inclusive, iremos lançar nosso novo single no primeiro dia do Caio Indica Fest 3, em março.


ROCK EM SÍNTESE - O que os inspirou a compor Cult e Vortex? Qual mensagem vcs quiseram passar aos ouvintes?

ANY DEYSE - Cult fala de liberdade de crença, estar amarrado a uma religião ao a um dogma... Já Vortex tem um conteúdo mais polêmico, mais rebelde... Ela fala sobre hipocrisia religiosa e humana, sobre a política vergonhosa que temos. Ela é uma música que questiona a sociedade em que vivemos. É um tipo de alerta do que está por vir.


ROCK EM SÍNTESE - Como vocês acham que a falta de espaço no Rock/Metal no Brasil poderia ser revertida?

ANY DEYSE - Eu acredito que a primeira grande questão é a fragmentação da cena e a falta de apoio mútuo entre as bandas. Portanto, se a cena fosse desfragmentada, se as bandas de cada e estado e região se apoiassem, isso poderia ser revertido. O espaço poderia ser maior. A questão está realmente nesse apoio mútuo. A cena underground já não tem um público tão grande, então o que nos resta, é o apoio do nosso público e de bandas divulgando projetos do “coleguinha”.


ROCK EM SÍNTESE - E para finalizar, qual o impacto que os festivais online estão causando na Pagãn?

ANY DEYSE - Os festivais online foram muito bons para ganharmos visibilidade Brasil afora, porque, imagina “Uma banda vindo de Alagoas, de Maceió, do Nordeste, ser ouvida por alguém lá do Sul, Sudeste e Centro-oeste?”. E isso tem refletido nas redes sociais, tem sido uma resposta muito positiva, tanto que a gente já vai participar do segundo (festival), e que venham muito mais. E é muito prazeroso pra gente, ver o nosso trabalho sendo divulgado, e estar entre tantos trabalhos de bandas do país inteiro, e ver que a qualidade da nossa música está igualada com a de qualquer outro estado. Então, nos sentimos muito felizes, muito orgulhosos de participar desses festivais.


Confira o videoclipe do single Vortex:



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