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Foto do escritorGiselly Vitória

ENIGMA EX MACHINA: ORIGENS E INFLUÊNCIAS POR TRÁS DE CADA LETRA

Conversamos com os integrantes sobre o que faziam outrora, as inspirações e o que esperar futuramente em relação a banda


Artur Guedes, André Vaz, Renato Timbó e João Castañon. Foto/Divulgação: Enigma Ex Machina

Formada em 2019, a banda paulista de Metal Progressivo, Enigma Ex Machina, lançou o EP de estreia intitulado The Event Horizon, no segundo semestre do ano passado. O quarteto é composto por Renato Timbó (Vocal/Guitarra), André Vaz (Guitarra), João Castañon (Baixo) e Artur Guedes (Bateria), que juntos, prometem elevar o nível do gênero no Brasil através das composições reflexivas, dos instrumentais marcantes e dos vocais potentes.


Com inspirações da mitologia à astronomia, a banda mescla entre o agressivo e o melódico, explorando o Death/Post Metal em cada uma das cinco faixas presentes no EP. Idealizado antes do surto de coronavírus, André Vaz ressaltou que eles já tinham planos de lançar algum material autoral, mas que com o adiamento frequente das gravações e o início da pandemia, eles demoraram para chegar ao resultado esperado.


Sobre o lançamento do The Event Horizon durante a pandemia, André Vaz admitiu ficar receoso, "No começo achamos que não seria uma boa ideia por várias razões, mesmo assim acabamos optando por encarar os desafios e felizmente deu tudo certo", disse.


Ficamos sabendo um pouco mais sobre a mensagem por trás de cada canção, como foi processo de composição durante o confinamento e sobre a melhor forma de divulgar o projeto, já que não podem fazer shows devido a pandemia. Confira o nosso bate-papo com a banda:


ROCK EM SÍNTESE - O que vocês faziam antes de formarem a Enigma Ex Machina?


JOÃO CASTAÑON - Sou veterinário e toquei guitarra em algumas bandas, passando do metal tradicional, ao Thrash/Death e ao Pop Punk. Já tinha um bom tempo que não estava mais engajado em fazer música, nisso veio o convite (meio que forçado por mim) do Artur de tocar baixo com os amigos dele.


ARTUR GUEDES - Toquei em algumas bandas com amigos ao longo da adolescência, nada autoral, de banda cover de System of a Down, até banda cover de Red Hot Chili Peppers. Antes da bateria fui até vocalista, mas apesar da vontade, e a falta de tempo devido à trabalho e faculdade, nunca consegui levar algum projeto musical à diante de verdade, sempre foi mais por diversão mesmo.


RENATO TIMBÓ – Sou da área de organização de eventos e formado em Produção Musical. Participo de bandas já há quase 12 anos, tocando guitarra em quase todas as oportunidades, e fazendo vocal em muitas delas. Já tive inúmeras bandas junto com o André, incluindo covers de Foo Fighters e Sepultura, onde desenvolvi muitas habilidades que uso hoje.


ANDRÉ VAZ - Estive envolvido com bandas (covers) até o fim de 2014. De lá até o surgimento da Enigma Ex Machina, fiquei afastado dos palcos para focar em outros objetivos fora da música. Em 2017 me formei Produção Musical e um tempo depois fiz um curso de Composição com Rafael Bittencourt, que a partir daí nasceu minha vontade de ter banda novamente, mas fazendo som autoral e então mostrar ao mundo minhas ideias.


Capa do EP The Event Horizon

ROCK EM SÍNTESE - Em dezembro vocês lançaram o primeiro EP da banda, intitulado The Event Horizon, quais são as expectativas quanto a esse projeto?


JOÃO CASTAÑON - Imagino que a maior expectativa é ser nossa porta de entrada em divulgar a banda, ter um trabalho em mãos auxilia em muito isso.


ROCK EM SÍNTESE - Os títulos de cada canção do EP The Event Horizon são bem interessantes. Qual o critério de escolha?


RENATO TIMBÓ - Os títulos têm ligação direta com o tema das músicas e, claro, sua letra. Omniphobia é a soma de todos os medos, uma sensação que senti diversas vezes quando lutava contra ansiedade e depressão, e a música em si é uma espécie de chamado à libertação. Revelations e Singularity tem ligação direta com seus temas: o poder da informação e sua revelação como ferramenta de manipulação, e a concepção do grande desconhecido no mundo astrofísico, os buracos negros, e a singularidade, que é o ponto em que as leis físicas como nós conhecemos não existem mais e o espaço-tempo se curva perante o infinito. Veritate é o termo em latim para "A Verdade", sobre o qual o tema da música se debruça: a busca pela verdade, não absoluta, mas interior. Por fim, Tia-Mat faz alusão à antiga mitologia suméria e serve como pano de fundo para a batalha entre Marduk e Tia-Mat, no mito de Enuma Elish.


ROCK EM SÍNTESE - As canções são inspiradas em lendas, mitologia, astronomia e temas importantes, como a ansiedade e a necessidade da verdade. Como vocês chegaram à conclusão de que esses temas seriam ótimos para compor música?


RENATO TIMBÓ - Todos os temas são meio que presentes nos nossos gostos e no nosso cotidiano. Eu particularmente gosto muito de mitologia e astronomia, bem como todos da banda. Abordar assuntos mais sérios foi uma forma de poder expressar a nossa própria opinião e sentimentos sobre isso. Questões como saúde mental são muito presentes nas nossas vidas e quando falamos sobre a busca pela verdade e sobre o poder que a informação tem em nós, é uma forma de provocar um pensamento sobre o quanto nossos valores podem estar perdidos.

ROCK EM SÍNTESE - O som da banda é agressivo e melódico, como foi o processo de composição sonora de cada música?


RENATO TIMBÓ - André e eu tínhamos uma série de riffs, progressões e coisas do tipo gravadas para as guitarras, e resolvemos trabalhar em cima delas. Temos muitas influências que afetam direto nosso som, como The Ocean, Gojira e Mastodon. Sempre fui um fã da possibilidade de mesclar vocais mais melódicos com uma aproximação mais agressiva, e com a chegada do Artur e João na banda, pudemos expandir mais ainda as influências e fazer um som que é até um pouco difícil de definir um gênero, mas que tem totalmente a nossa cara e estilo na composição. Geralmente preparávamos as guitarras primeiro, depois a bateria, baixo e por último incluímos os vocais, mas desde o início do processo eu já tenho uma ideia de como eu gostaria da linha melódica do vocal, então é um processo natural. Todos ficam sempre bem a vontade para colocar seu "algo a mais" nas músicas então acaba sendo fruto de um esforço coletivo bem bacana.


ROCK EM SÍNTESE - Como vocês pretendem divulgar o EP e "driblar" a pandemia?


ANDRÉ VAZ - Como não podemos fazer shows por tempo indeterminado, queremos aproveitar o poder das Redes Sociais para divulgar nosso trabalho. Vamos investir bastante no nosso canal no YouTube, temos bastante conteúdo já planejado e que será lançado ao longo do ano.


ROCK EM SÍNTESE - Quais as chances de termos mais novidades sobre a banda ainda esse ano?

ANDRÉ VAZ - As chances são enormes! O que podemos adiantar de relevante são: um documentário sobre o EP e um vídeoclipe ainda no primeiro semestre. Também temos algumas composições que estavam em stand by, e que iremos trabalhar nelas em segundo plano para quem sabe lançar um novo material ainda em 2021.


ROCK EM SÍNTESE - E para finalizar, como vocês definiriam o som do Enigma Ex Machina para os amantes do Rock e Metal?


ARTUR GUEDES - Nós nunca pensamos em um estilo específico na hora de compor, claro que temos uma ideia do nosso som devido às nossas influências, mas não existe um direcionamento nesse sentido, de fato existe até uma dificuldade por nossa parte de definir o estilo da banda, quando necessário acabamos caindo no Progressive Metal, ou Post-Metal, já nos deram até o título de Extreme Progressive Metal, então vai saber... No final costumamos dizer que é um "som torto" mesmo.


Assista a seguir ao lyric video de Revelations, que foi um dos primeiros singles da banda, e está presente no EP The Event Horizon:


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