De Novo Hamburgo para a cena nacional, conheça a Sinclaire, que traz com si, a retomada do grunge
Diretamente de Novo Hamburgo, a banda Sinclaire, pôde conversar conosco sobre a trajetória que trilham há 4 anos, e que tem potencial para conquistar o reconhecimento o qual almejam. Bem-humorados, os integrantes tem tudo para conquistar fãs tanto pelo som quanto pelo carisma que dispõem. Em um bate-papo descontraído, conseguimos extrair alguns fatos interessantes sobre o grupo.
O quarteto gaúcho já lançou três singles ao longo da carreira, e possuem influências de gêneros como grunge, pós-grunge, stoner rock e punk rock. E através da primeira música autoral intitulada "Rendição", a banda pôde participar de festivais como Holiday Rock, abrir show para a banda estadunidense Citizen, e tocar com grupos já conhecidos em casas de apresentações.
Sinclaire é composta por Eduardo (vocal e guitarra), Gabriel (baixo e vocal), Leonardo (guitarra) e Alex (baterista). "A banda compõe músicas que abordam assuntos diversos, como relacionamentos, conflitos, guerras, ego, questionando e refletindo sobre o ser humano e seus valores", disseram. O grupo divulgou o single "Sem Pudor", no início do ano passado.
Mesmo estando sem ensaiar há quase 2 anos, a banda continua produzindo e compondo por meio de encontros online. Segundo a banda, aproximadamente sete canções já estão prontas gravar, "estamos com planos de lançamento ou de 2 EP's ou nosso primeiro CD, para quando tudo isso passar", completaram.
Confira o nosso bate-papo:
ROCK EM SÍNTESE - Como surgiu a banda?
SINCLAIRE - A Sinclaire surgiu em 2017, proveniente de outra banda: a Voraz, que já existia desde 2010. Devido a existirem outras bandas com esse nome, nós resolvemos que era hora de mudar o nome da banda e os conceitos e influências dela. Então a Sinclaire, resumidamente, foi um novo começo para nós.
ROCK EM SÍNTESE - Por que escolheram “Sinclaire” como nome? Há alguma história sobre isso?
SINCLAIRE - O nome “Sinclaire” surgiu de uma lista de mais de 50 possíveis nomes. O nome foi ideia do Gabriel, nosso baixista, e também resolvemos brincar com a ideia de traduzir o nome como algo parecido com “Pecados de Claire”, já que várias de nossas músicas abordam conceitos como ganância e avareza, guerra, ira, entre outros.
ROCK EM SÍNTESE - O que mudou no processo de composição das músicas de 2017 até os dias de hoje?
SINCLAIRE - Eu entendo que amadurecemos muito nesses 4 anos. E, com a pandemia, muitos incômodos foram influentes na hora de compor as novas músicas que estamos fazendo. Mas o mais importante é que, desde 2017, resolvemos não nos prendermos mais em fazer parecido como as nossas influências faziam. Resolvemos ser nós mesmos. Criarmos a nossa identidade, mesclando o que escutamos e o que vivenciamos. E nisso tudo tem o acréscimo do nosso guitarrista solo, o Leonardo, que entrou na banda em 2019 e trouxe influências do Rock e Metal progressivo.
ROCK EM SÍNTESE - Quando foi que vocês tiveram a certeza de que a banda daria certo?
SINCLAIRE - Sinceramente? Ainda não temos essa certeza (risos). Nós batalhamos há anos nessa estrada da música autoral. Não é fácil, já que o Rock autoral, no Brasil, nunca teve um espaço “prometido”. Inúmeras vezes pensamos em desistir, mas a música é o nosso chão, digamos assim. Com a pandemia até achamos que a banda poderia chegar ao fim, mas pelo contrário: aflorou ainda mais essa nossa necessidade em estarmos nessa banda que nós amamos, que é a Sinclaire.
ROCK EM SÍNTESE - Já aconteceu algo engraçado que os fãs fizeram por vocês?
SINCLAIRE - Ainda não. Mas se fizerem um dia, vamos querer fazer parte disso (risos).
ROCK EM SÍNTESE - Há chances de lançamentos ainda este ano?
SINCLAIRE - Depende muito de como for o processo de vacinação até o final do ano. Eu (Eduardo, vocalista da Sinclaire) compus 8 músicas novas de 2020 pra cá. Já estamos estudando elas, trazendo detalhes para cada uma delas, aplicando influências aqui e ali para, quando pudermos gravar, elas já estarem bem encaminhadas. O que posso adiantar é que serão músicas bem reflexivas, muito bem trabalhadas e com certeza: as melhores da Sinclaire até hoje.
ROCK EM SÍNTESE - Como vocês estão se mantendo sem o contato cara a cara com o público?
SINCLAIRE - É difícil. Sempre gostamos muito de fazer shows enérgicos e sentimos muito falta do contato com o público. O lado bom é que isso está possibilitando mais tempo para compormos. E isso se refletirá muito nas mudanças que nossos shows terão no pós-pandemia. Então, no final das contas, a espera vai valer a pena.
ROCK EM SÍNTESE - O quão importante são as redes sociais durante esse período crítico que enfrentamos?
SINCLAIRE - Importantíssimas. Com as redes sociais conseguimos mostrar que a banda não “morreu”, que continuamos compondo e também possibilitam de atingirmos mais pessoas com os 3 singles que já temos gravados.
ROCK EM SÍNTESE - Quais as expectativas da banda perante este ano?
SINCLAIRE - Compor, compor e compor.
ROCK EM SÍNTESE - Qual o maior sonho da banda?
SINCLAIRE - Lançarmos nosso primeiro álbum completo e tocarmos pelos 3 estados do Sul do Brasil (somos do Rio Grande do Sul). Posteriormente, um sonho maior, é tocarmos em outros estados brasileiros, como do Sudeste e Nordeste.
ROCK EM SÍNTESE - Como vocês definiriam a Sinclaire para os nossos leitores?
SINCLAIRE - Se autodefinir nunca é fácil, mas vamos lá: a Sinclaire é uma banda que traz influências de bandas como Foo Fighters, Nirvana e Alice in Chains, mas que também não se limita ao grunge e ao pós-grunge. Punk rock, rock progressivo, blues e até mesmo o pop também tem grande influência em nosso som. Mas uma coisa é certa: quem escuta a Sinclaire vai encontrar muita verdade no que fazemos. Desde as letras até as melodias, é tudo feito com muito amor à música. É feito pensando em quem também gosta do que gostamos. E falando a língua que falamos: o português.
A Sinclaire não quer ser a melhor banda de Rock do Brasil ou algo assim, mas com certeza a gente quer fazer parte da playlist de cada um dos que mantém essa chama do Rock viva. Em nossos shows a gente quer ver as pessoas sentindo o que a gente sente. A Sinclaire quer unir. Pois isso que sempre entendemos do Rock: um momento único e singular em meio a tantos momentos iguais. É o Rock que consegue quebrar a monotonia. E é isso que a gente quer.
Assista ao videoclipe de Epifania: