Em abril, o músico lançou o projeto "DOPPEL1", álbum solo interligado a um jogo de RPG com o mesmo nome
Tuuh Wilson é cantor, compositor, multi-instrumentista e produtor, que lançou, recentemente, um projeto solo, intitulado "DOPPEL1", um álbum que se complementa através de um jogo de RPG. E para conhecer mais sobre o músico, tivemos um bate-papo leve e descontraído no início de junho. Em pauta estava a trajetória no meio musical, a estreia do álbum solo, sonhos e objetivos que pretende conquistar em um futuro próximo.
O músico tem mais de 10 anos de estrada, já participou de eventos como Anime Friends, Anime Dreams, Ressaca Friends com o duo "Nordex" e com a banda "Sugoi", projetos que o artista faz parte paralelamente e que são conhecidos no universo geek e em eventos de anime do estado de São Paulo.
Sonoramente, Tuuh tem influências da cena do metal e do J-rock. Bandas como Angra, Dream Theater, The Gazette, UVERWorld foram algumas das inspirações durante o processo de composição do álbum solo. Além de produzir, masterizar e remixar o disco, ele também foi responsável pelas criações na guitarra, no baixo e na bateria, no vocal e no jogo.
"O conceito principal do DOPPEL1 é trazer a experiência de um ISEKAI (mundo alternativo, comum em animes e mangás), por meio da música e do RPG. Todas as histórias, singles e lançamentos do Tuuh e Tutz estão interligados desde 2018, que foi quando comecei a construir essa história através dos singles", comentou.
Sobre o RPG
O jogo de RPG DOPPEL1 conta a história de Tutz, um viajante do tempo que acabou dentro de um universo digital. O contraponto entre Tutz e Tuuh é que são a mesma pessoa, mas que fazem sons completamente diferentes um do outro, criando assim um antagonismo na narrativa do universo em DOPPEL1.
O álbum também é um RPG Top-Down, desenvolvido na plataforma Unity. Com nove faixas em inglês, a história deste universo paralelo passa por gêneros musicais que vão do Power Metal até o LoFi Hip Hop.
Tuuh também pretende lançar um mangá no primeiro 2022, "É a minha expectativa. Como nunca publiquei um mangá antes, pode demorar um pouco mais", completou.
Confira o nosso bate-papo:
ROCK EM SÍNTESE - Como e quando aconteceu o seu primeiro contato com o meio musical?
TUUH - Ganhei um violão aos 8 anos de idade. Profissionalmente, comecei em 2009.
ROCK EM SÍNTESE - Como você percebeu que queria trilhar o caminho musical?
TUUH - Foi algo bem natural. Digo até que a música me arrastou pra estrada. E eu amo. Como toco instrumentos desde criança, então não sei o que é não estar no meio musical.
ROCK EM SÍNTESE - Se você não fosse artista, qual profissão escolheria?
TUUH - Provavelmente, estaria trabalhando com desenvolvimento de jogos.
ROCK EM SÍNTESE - E então chegamos ao seu álbum de estreia que é mesclado a um jogo de RPG.
Como foi a experiência de gravar seu primeiro álbum autoral?
TUUH - Foi uma realização pessoal. Já havia gravado outros álbuns, com bandas e etc. Mas, nunca cheguei a gravar solo. Foi bem puxado, pois produzi o CD 100% sozinho, desde a captação dos instrumentos e vozes, até a mixagem e entregar nas plataformas de streaming.
ROCK EM SÍNTESE - A ideia de produzir um álbum solo surgiu durante a pandemia?
TUUH - Por incrível que pareça, não. Comecei a produzir o DOPPEL1 em Janeiro de 2020, pouco antes de fechar o mundo.
ROCK EM SÍNTESE - E a finalização, após o decreto de pandemia?
TUUH - As coisas ficaram meio malucas no meio do caminho pra todo mundo, né? Tive que me dividir entre a "Nordex", que é meu trabalho que mais demanda energia e tempo, e minha carreira solo. Além disso, teve a produção do jogo enquanto eu mixava o CD. Então, foi bem puxado, mas valeu a pena toda a jornada até o lançamento.
ROCK EM SÍNTESE - DOPPEL1 é um projeto singular. Quando você decidiu mesclar o álbum com um game?
TUUH - Olha, foi bem no início do álbum mesmo. O game ia ser apenas em texto interativo, mas resolvi transformar num RPG, pra poder passar toda a essência e universo do DOPPEL1. Eu não sei se foi uma boa ideia, mas tenho certeza que é um projeto que deveria existir.
ROCK EM SÍNTESE - Aconteceu algum imprevisto, além da pandemia, ou algo não saiu como você esperava no álbum e no game?
TUUH - Ainda quero muito fazer um clipe, mas com a pandemia fica muito mais difícil organizar tudo isso e realizar. Ainda pretendo soltar uma versão do game para Android, e isso não consegui fazer ainda. Tem muitos bugs pra corrigir.
ROCK EM SÍNTESE - Qual a sua música preferida do DOPPEL1?
TUUH - The Final Boss: One-Way Mirror I. Essa é meu xodó do Cd (risos). Ela é um grande bolo com todos os sabores das outras faixas do DOPPEL1.
ROCK EM SÍNTESE - Ela tem algo de especial para você? Alguma história por trás?
TUUH - Tem diversas referências e um andamento diferenciado. A história do DOPPEL1 é bem próxima da minha realidade. Quando descobri que possuía mais artistas dentro da minha pessoa, sintetizei tudo no DOPPEL1. Tuuh, Tutz e o chefão final do jogo: são heterônimos.
ROCK EM SÍNTESE - Como você se imagina daqui a 10 anos?
TUUH - Provavelmente, fazendo o DOPPEL11 (risos).
ROCK EM SÍNTESE - Quais alternativas você encontrou, e está utilizando para divulgar seu trabalho durante a pandemia?
TUUH - Olha, entender como funcionam as plataformas de streaming é essencial pra entregar seu conteúdo certinho. Então foi o que me ajudou bastante no processo.
ROCK EM SÍNTESE - E está saindo tudo como planejado?
TUUH - Tá sim! Ainda quero fazer mais coisas em relação ao DOPPEL1, por exemplo, lançar um mangá físico. Mas preciso de um pouco mais de tempo pra realizar.
ROCK EM SÍNTESE - Se você pudesse voltar ao início de sua carreira, mudaria algo?
TUUH - Eu sei que cometi erros no passado, mas se não fossem eles, eu não ia estar aqui agora sendo entrevistado por vocês, né? (risos). Então, não tenho arrependimentos.
ROCK EM SÍNTESE - E para finalizar, defina a sua arte com uma palavra:
TUUH - Água. Pois minha arte se transforma em qualquer coisa, igual a água. Seja cantando em japonês, português, inglês, rock, pop, funk, metal, lofi hip Hop. O que for. Ainda sou eu. A água.
Assista ao show de lançamento de DOPPEL1:
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