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A estreia do NDP Fest em São Paulo

  • Foto do escritor: Eduardo Domingues
    Eduardo Domingues
  • 10 de mar.
  • 6 min de leitura

Atualizado: 11 de mar.

O evento contou sete atrações de peso

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Point Of No Return. Créditos: Eduardo Okubo

Regado a hardcore e punk de qualidade, a primeira edição do NDP Fest, que celebrou o primeiro aniversário da produtora New Directions Production, aconteceu no último domingo (9).


Ao todo, sete bandas, cinco brasileiras e duas dos Estados Unidos, formaram o lineup da estreia do festival com apresentações avassaladoras.



Klitoria


KLITORIA
Klitoria. Créditos

O festival contou com diversas bandas, sendo a primeira, Klitoria, uma banda de Niterói. A banda, que conta com um álbum de estúdio e 9 singles/EPs, estava marcada pra começar as 15h, mas devido a problemas técnicos, atrasaram o início do show em 20 minutos.


Eles abriram o show com a música "Flores Podres", do EP Nó Cego, e tocaram uma música de seu EP mais recente, Entre o Chão e o Assoalho, como "Todo Homem Foi Feito pra Dar". O público ainda estava meio parado, mas dava pra ver que uma boa parte estava curtindo a banda. Algumas pessoas até tentaram puxar um mosh, que acabou acontecendo na última música.


O guitarrista, Brayner, merece destaque por conta de sua presença de palco, bem como a baterista Malu, por conta de ser vocalista também.



Hardgainer


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Hardgainer. Créditos: Eduardo Okubo

A segunda participação do festival foi de uma banda paulista de death metal melódico, a Hardgainer.


A banda abriu o setlist com a música "Invisible Walls", e contou com um público mais animado que o primeiro grupo. Durante a música, foi "marcado" o espaço do mosh, e algumas pessoas já estavam dançando, prontos pro caos que viria nos próximos shows do dia.


O show foi, também, um marco para o Hardgainer, que contou com seu maior público em um show, como anunciado pelo guitarrista, Raul Caldeira, antes da música "From strength to Weakness", uma das primeiras músicas escritas pela banda. Era possível de sentir a animação da banda em estar tocando ali, com pessoas que estavam apreciando suas músicas.


Outro grande destaque do show foi a música "This Grace", que é faixa do primeiro álbum da banda, autointitulado. Finalizaram o show, com a faixa "Excluded", do álbum mais recente deles, Invisible Walls.



Clava

CLAVA
Clava. Créditos: Eduardo Okubo

Chegando na terceira apresentação do evento, foi a vez da banda de hardcore do Rio de Janeiro, Clava.


A banda abriu seu show com uma sample do God of War, enquanto no telão, era transmitido imagens de um jogo das tartarugas ninjas, que durou o show inteiro.


A primeira musica no dia foi "Amaterasu", e só ela já quase derrubou o Usine sozinha. O show do Clava foi onde realmente começou a agressividade da plateia, com um mosh gigante, crowd surfing e vários stage dives.


O vocalista, Alexander Cassemiro, de vez em quando, ia para mais perto da plateia, para deixar as pessoas cantarem no seu microfone. Também, por um momento, na última música do show, chegou a dar stage diving e ficar no meio do povo.


Vale a pena destacar que toda a banda tem uma forte presença de palco, dando um ótimo show. Eles finalizaram a apresentação com a música "Correr Pelo Céu", e durante toda a sua apresentação, não teve um único momento que o público presente desanimou ou ficou parado.



Black Pantera


Black Pantera
Black Pantera. Créditos: Eduardo Okubo

O Black Pantera, banda crossover de Uberaba, Minas Gerais, foi a quarta banda do NDP Fest.


Com o Espaço Usine já praticamente cheio, eles trouxeram um show energizante, interagindo bastante com o público. Enquanto iniciavam o show com a música "Cola", tiveram que parar e reiniciar o show por conta de problemas técnicos no microfone.


Logo após iniciarem o show de vez, a plateia começou a ir a loucura. Seguiram a apresentação com a clássica "Padrão é o Caralho", que contou com o público gritando junto com a banda. Durante a música "Fogo nos Racistas", como já é de costume em seus shows, pediram pro povo se agachar para pular durante o último refrão.


Teve, ainda, uma pequena pausa de todo o caos ao tocarem "Tradução", do seu álbum mais recente, Perpétuo, para logo em seguida abrirem um wall of death com a música "Revolução é o Caos".


Prosseguiram, então, com "Sem Anisita", que logo se transformou na música "Só as Mina", e contou com outra marca registrada dos shows do Black Pantera, que é o “mosh das mina”, onde abrem um mosh só para mulheres. A última música do show foi a "Boto pra Fuder", do álbum Project Black Pantera, primeiro álbum da banda.



Point Of No Return

Point Of No Return
Point Of No Return. Créditos: Eduardo Okubo

O quinto show do festival foi liderando pelo Point of no Return, banda de hardcore straight edge de São Paulo.


A banda foi um dos maiores nomes do hardcore brasileiro no final dos anos 1990 e início dos anos 2000, até seu fim em 2006. Porém, desde o ano passado, voltaram a fazer shows, voltando com uma boa parte dos membros originais das bandas.


Durante o show, o Espaço Usine realmente estava completamente lotado, e se durante Clava começou a agressividade do público, durante Point of No Return foi que a brutalidade chegou a níveis ainda maiores.


Desde seu início com a música "Sparks", a plateia foi ao delírio, com várias pessoas fazendo stage dive e crowd surfing direto nos primeiros minutos. A cada música, todo mundo ficava cada vez mais brutal, de forma que se alguém chegasse desavisado, até pensaria que eles eram os headliners do evento.


A banda conta com três vocalistas, que ajudavam a animar ainda mais o público durante todo o show. Após "Pedra", infelizmente, tiveram que parar o show por conta de algum acidente que ocorreu com um jovem ao fazer stage dive. A banda percebeu a tempo e parou o show antes que algo grave acontecesse. Após conseguirem levar o rapaz para um lugar seguro, voltaram o show com a última música do set, "Unbroken", que voltou ao caos, mas agora com um pouco mais de segurança.



Zulu


Zulu. Créditos: Eduardo Okubo
Zulu. Créditos: Eduardo Okubo

Chegando nos headliners do NDP Fest, temos Zulu, banda de Los Angeles de hardcore.


Em sua primeira passagem pelo país, o quarteto desembargou em um período meio caótico para a banda. No dia 8 de março, foi revelado, com provas, uma história de uma mulher que havia sido abusada fisicamente pelo vocalista fundador da banda, Anaiah Muhammad.


Ao chegar no Brasil, porém, a banda veio sem o Anaiah para seu primeiro show brasileiro, com o guitarrista Dez Yusuf assumindo os vocais no show. Após serem avisados que o vocalista não iria participar do show, a plateia acabou se preparando pra curtir a apresentação.


Eles iniciaram o set com a música "For Sista Humphrey", do seu primeiro e único álbum de estúdio até o momento. A apresentação teve que ser pausada algumas vezes, por conta de de brigas que se formavam no meio da plateia.


Mas, mesmo com tantos problemas, a banda continuou se doando ao máximo, com a plateia toda seguindo animada. Sua última música, "Where I’m From", contou com todo mundo pulando do início ao fim, fechando esse show caótico com chave de ouro.



Earth Crisis

Earth Crisis
Earth Crisis. Créditos: Eduardo Okubo

A última banda do dia, Earth Crisis, de Nova Iorque, subiram ao palco para finalizar o evento, e não deixou a desejar.


Iniciaram o set com "Forced March", do álbum Destroy the Machines, primeiro álbum da banda, e óbvio que já começou com mosh e crowd surfing desde os primeiros riffs. O público gritava junto com Karl Buechner todas as músicas, chegando a subir no palco e terminar a "Gomorrah’s Season Ends" com ele.


A banda de hardcore e metalcore é lendária na cena, sendo um dos nomes mais respeitados do movimento, e essa apresentação no NDP, realmente mostrou isso. Para quem gosta do gênero, era impossível de ficar parado, seja do básico - bater cabeça - ou do nível mais brutal - entrar em rodas.


Na música "Vegan for Animals", o Usine estava em uma completa anarquia, com tudo que teve nos outros shows sendo elevados ao máximo. Para o público, nem parecia que já tinha passado por seis horas de shows durante o dia. Após "VFTA", tocaram "The Discipline", onde lotaram o palco de fãs da banda, que começaram a cantar e pular do palco sem parar.


Eles finalizaram o show, e o evento, com a música "Firestorm", com mais alguns fãs subindo pra cantar com a banda, numa das partes mais caóticas de todo o evento. A banda fechou o festival da melhor maneira possível, mostrando o motivo de serem tão importantes pro meio.

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